segunda-feira, 17 de março de 2014
Nasce um aquariano, com ascendente em aquário!
Florianópolis, 13 de março 2014.
Não conheço muito de astrologia, mas o título remete ao signo por acreditar que as coisas acontecem na hora que tem que ser! Falo isso, pois vou contar um pouco como foi meu parto, mas também lembrarei rapidamente do primeiro, que foi essencial para as decisões do segundo. E isso, buscando amadurecer, que por mais que eu acreditasse que poderia ter sido diferente o primeiro, naquele momento eu não tive ferramentas e conhecimento para mudá-lo. Enfim, vamos ao relato! O Leonardo nasceu dia 06/02/2014, 4 anos e um mês depois da Sofia (06/01/2010). No meu primeiro parto acreditava que o normal era ter parto normal, minha mãe teve todos os partos naturalmente e de maneira bem rápida, inclusive o meu parto que foi o primeiro e de gêmeos. Assim, durante o pré-natal não me preocupei nada, nem passou pela minha cabeça a hipótese de cesárea, já que eu não tinha nenhuma indicação médica. Eliminei o tampão mucoso as 7h da manhã do dia 05/01/2010, fui a médica, pois tinha consulta marcada. Nesse dia completava exatas 40 semanas. Ainda faltava bastante, estava com 2 cm de dilatação. Voltei para casa, ansiosa... As 15h as contrações começaram, fui a clínica, mas ainda não era a hora. Voltei as 22h pois as contrações estavam intensas e com intervalo de 3 minutos. Fui internada, porém por volta de 1h da manhã a médica disse que me daria um “sorinho” para diminuir minhas contrações que estavam muito intensas... Bom, não posso afirmar que o sorinho era ocitocina, porém sei que daí em diante as contrações ficaram horríveis e sem intervalo entre elas... o nenê parecia que queria rasgar minha barriga... Foi quando a médica me examinou e perguntou se eu queria um cesárea, já que com contrações tão intensas eu não aguentaria até de manhã, apesar de o bebê não estar em sofrimento ainda, ela recomendava uma cesárea, para não ter o risco de fazer uma cirurgia de emergência. Olhei para o Tuco e perguntei, o que acha? Ele estava assustado com a minha barriga (parecia o filme do Alien) e falou que apoiaria minha decisão. Eu aceitei a cesárea, pois queria que o nenê nascesse bem! A anestesia foi bastante tensa, pediram para o Tuco não entrar nesse momento. No momento da aplicação escutei, você não vai parar quieta, é tão magra, está muito difícil de aplicar... Realmente não fiquei tranquila, eu não me mexia e sim minha barriga estava contraindo involuntariamente e engordar naquele momento era impossível... Após a aplicação da anestesia o Tuco entrou. Enfim, meio entristecida, escutando conversas sobre tatuagens, às 3:10h a Sofia nasceu, com 3540 g e 47 cm. Vi meu bebê muito rapidamente, após vomitar, pois apertavam minha barriga. E o mais triste, levaram ela embora correndo, tinha aspirado mecônio e precisou ficar uns dias na UTI. Me senti bastante culpada, pois entendi que minhas contrações levaram ao sofrimento da criança e também aliviada por ter feito a cesárea logo, pois poderia ter sido fatal. Claro que ficamos muito felizes com o nascimento dela, mas ao mesmo tempo apreensivos por ela não ter nascido bem. Apesar das coisas não ocorrerem como o planejado, ela estava ali, viva e nosso objetivo era nosso bebê bem. Porquê quis relatar o parto da Sofia? Logo que fiquei grávida novamente, tinha várias dúvidas: será que minhas contrações são muito agressivas para o parto, será que terei que fazer outra cesárea, será que é porque sou pequena... Comecei a pesquisar e cheguei a conclusão que a culpa poderia ter sido do “sorinho”, e que ocitocina sintética em excesso (já que eu tinha contrações bem intensas e ritmadas, era só questão de tempo) pode levar a aspiração de mecônio. Bom, não tinha como voltar atrás, ou ter certeza do que ocorreu, mas eu resolvi que dessa vez será diferente, eu não queria outro bebê na UTI e nem sair do parto me sentindo culpada. Assim, fiz curso de preparação para o parto com o grupo mulheres alfa e combinei de ser acompanhada pela doula Gabriela Lohn (que me auxiliou na elaboração do Plano de Parto) e pela enfermeira do grupo Hanami Juliana Jacques. Isso para poder confiar nas decisões tomadas na maternidade pelo médico, pela segurança do bebê, pelo apoio psicológico e por ficar o máximo de tempo possível em casa. Seria mais fácil chamar um médico de confiança, mas infelizmente essa é uma hipótese bastante onerosa. Confiei em mim, no Tuco e na Gabi e Ju. Além de me informar,
busquei me preparar fisicamente, fazia exercícios diários, nadava duas vezes por semana, até 1 dia antes do trabalho de parto e fiz dieta com restrição de açúcar, pois fui diagnosticada com diabetes gestacional. Agora vou entrar no trabalho de parto... Vou contar conforme lembro, algumas coisas já não me lembro bem da ordem. A bolsa estourou as 6:00h da manhã, eu estava completando 39 semanas e 3 dias. Tinha trabalhado no dia seguinte, mas acreditava que estava bem perto, pois estava com bastantes contrações de treinamento. Desci as escadas, chamando o Tuco. Ele limpou o chão, saiu pouco líquido e perguntou o que fazemos? Vamos para maternidade? Ligamos para as meninas? Falei que ia deitar mais um pouco e depois ligaria para as meninas. As 7 liguei, já estavam iniciando as contrações. Ambas me tranquilizaram e disseram que viriam em casa. Fiquei caminhando na minha rua até umas 9h. As 10h, ambas chegaram. A Gabi me fez uma massagem nos pés e logo após a Ju me examinou. Estava tudo bem com o bebê e comigo. Ainda com 2 cm de dilatação. A Ju foi trabalhar e fiquei com a Gabi que foi sempre me tranquilizando, fazendo massagens, colocando bolsas de água quente durante todo o dia. Fomos almoçar no Cirrus, na Barra da Lagoa, voltei deitei um pouco no chão da sala, estava muito quente. Depois tomei um banho e fiquei fazendo exercícios com a bola. O Tuco tocou um pouco da flauta transversal. Fiquei com vontade e toquei um pouco de flauta doce (assoprar me fez relaxar, apesar de não lembrar quase nada de músicas, não estava conseguindo pensar muito). A Sofia ficou junto com a gente até umas 17h, aí o Tuco levou na minha mãe. Final de tarde fomos (eu, Tuco, Gabi e Juliana fotógrafa) à praia do Moçambique, encontramos uns amigos, conversamos um pouco, estavam com um bebê, o que me deu uma alegria em pensar que logo eu Tb estaria com o Leo. Caminhamos um pouco e voltamos para casa. A Ju chegou, me examinou. Estava tudo bem, com 4 cm de dilatação, mas teríamos que ir para maternidade para tomar antibiótico, já que a bolsa estava rompida desde as 6 h da manhã. Comemos uma pizza e fomos, chegamos a maternidade por volta das 23h. Fui examinada pela doutora Nathália e por sorte tinha um quarto disponível com banheira e fomos para lá. Deixei o plano de parto com a Doula Gabi e enfermeira Juliana. Não foi permitido a entrada da Juliana Pissuto, fotógrafa, apenas no momento do parto. Como ela estava determinada a fazer as fotos, ela ficou esperando. Enchemos a banheira, tomei muitos banhos, fiquei de baixo do chuveiro com a bola, não foi muito ecológico, mas a água me ajudou muito... Quando estava por volta dos 7 cm eu estava com muita dor e já pedindo por alguma anestesia. A médica me falou que poderia interromper as contrações e ser necessário aplicar ocitocina. Aí me deu pavor, pois eu tinha ficado na cabeça que a ocitocina sintética tinha causado o sofrimento da minha filha. A cheguei a falar, ocitocina não, prefiro ir direto para cesárea. Tuco me olhou bem fundo e disse calma, você queria tanto o parto normal. A médica me falou ocitocina bem utilizada, auxilia o processo. Enfim, no momento eu não estava pensando muito, queria só ter certeza que o bebê nasceria logo e bem. No desespero, pedi vinho, falei que estava com vontade de pular a janela, chamei minha mãe... A Ju me tranquilizou dizendo que a fase dos 6-7 cm era a mais difícil. A médica me examinou, terminou de furar a bolsa e disse que meu canal de parto estava com edema e iria me dar buscopan com soro glicosado para tentar desinchar. Depois que tomei buscopan, voltei para banheira e relaxei. Acho que cheguei a dormir dentro da água no colo do Tuco. Aí minhas forças voltaram... A médica me examinou, disse que eu estava com os 10 cm e ela ia tentar desobstruir o canal de parto. Para isso eu deitei, fiz força quando veio a contração e ela retirou o edema da frente do colo. Não lembro bem a ordem, mas vi que a fotógrafa estava no quarto. Vê-la me animou, pois no meu subconsciente ficou o registro que ela poderia entrar apenas na hora do parto. Então na minha cabeça a ordem foi, chegou a hora! Fui para cadeira de parto, fiz força (tapei o nariz) e o nenê coroou. Senti a cabecinha, e a médica falou que eu poderia entrar na banheira que estava na hora. Olhei para as meninas agradecendo o apoio, dei um beijo no Tuco e entrei na banheira. Mas duas contrações e o Leo nasceu, as 6:58h do dia 06/02/2014. Bom, aí já não sei descrever em palavras a sensação que senti. Realmente algo indescritível e único. Ver o bebê, saindo do seu corpo uma sensação tão profunda, humana, animal, de alegria, amor... Tudo passa nesse momento, toda dor é instantaneamente esquecida. Ver o rosto do pai, sem saber se ri ou chora... É um ritual que completa a vida! Fiquei com o Leo no colo por um tempo, o Tuco cortou o cordão. Tive que ir ao centro cirúrgico fazer uns pontinhos e depois voltei para o quarto (um pouco fraca, desmaiei 3 vezes pois fiquei no
centro cirúrgico até limparem o quarto sem comer – essa é uma das desvantagens da maternidade, mas não posso reclamar, ficou tudo bem com o bebê e comigo e confesso fiz uma bagunça no quarto que não deve ter sido nada fácil para limpar). No quarto já, melhor, tomei um pouco de soro, amamentei o Leo. Ele tinha sido pesado enquanto eu estava no centro cirúrgico. A Sofia, meus pais, meu irmão e cunhada vieram nos visitar. Ficamos na maternidade até o outro dia e as 16h horas viemos para casa. Ele nasceu, 25 horas depois da bolsa romper, com 3585 kg, 51 cm, esperto, tranquilo e recebido com muito amor e alegria! Agradeço a todos, durante o trabalho de parto que foram como anjos e muito humanos, sem julgamentos, apenas apoiando e dando força! Gabi e Ju jamais esquecerei a voz serena de vocês e o toque confortante de suas mãos. Agradeço a Dra Nathália que respeitou meus pedidos e foi uma médica muito competente. Juliana Pissuto, suas fotos foram um presente, pura poesia, que registraram com muita sensibilidade sentimentos que as palavras não descrevem. Sofia, além de seus beijos e sorriso doce, a alegria de ter os filhos bem faz ter forças quando se pensa em desistir. Tuco, para você não tenho palavras para agradecer, pois sem você não seria completo, te amo muito mais! E Leo, ver você bem me fez ser mais completa e feliz! Agradeço muito minha mãe, que não estava na sala de parto fisicamente, mas sei que esteve com suas energias e por todo exemplo de vida que com certeza me motivou e motiva muito. E claro, foi ela que junto ao meu pai, irmão e cunhada que ficaram com minha doce pequena para chegada do meu pequeno!
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Obrigada pelo carinho e confiança Bianca, e parabéns pela superação, você foi demais!
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